ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 28.01.1987.

                                                                                                                                             

Aos vinte e oito dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quinta Sessão Extraordinária da Décima Sessão Legislatura Extraordinária da Nona Legislatura. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos foi realizado a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, André Forster, Aranha Filho, Auro Campani, Brochado da Rocha, Bernadete Vidal, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Mendes Ribeiro, Paulo Sant'Ana, Pedro Ruas, Raul Casa, Teresinha Chaise, Valdomiro Franco, Werner Becker, Ana Godoy, Flávio Coulon e Wilson Santos. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, em Primeira Sessão, esteve o Substitutivo do Vereador André Forster, ao Projeto de Lei do Executivo nº 05/87, discutido pelos Vereadores Ana Godoy, André Forster e Caio Lustosa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador Cleom Guatimozim comentou a reunião realizada em Brasília, pelo Governo Federal, com os Prefeitos dos municípios brasileiros a fim de tratarem do reajuste das tarifas do transporte coletivo, informando que o Sr. Prefeito Alceu Collares seguiu as recomendações do Governo Federal quando da elaboração do Projeto de Lei do Executivo que reajusta as tarifas do transporte coletivo em Porto Alegre. O Vereador Werner Becker analisou a atual política econômica do Governo Federal, tecendo críticas à validade da mesma, face ao índice inflacionário atual e à elevada taxa dos juros. Comentando telex enviado pelo MDU, que indica o percentual máximo para o cálculo das tarifas do transporte coletivo no País, solicitou o posicionamento da Bancada do PDT a esse respeito, face à acolhida do Sr. Prefeito Municipal quanto ao assunto. O Vereador André Forster reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Vereador Werner Becker, tecendo críticas ao Sr. Prefeito Alceu Collares, pela acolhida do índice de percentual indicado no telex enviado pelo MDU, relativo ao aumento das tarifas do transporte coletivo. Comentou a atitude de S.Exa. por ter enviado a esta Casa um Projeto de Lei sem os dados necessários para o exame dos Parlamentares. Nada mais havendo a tratar o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e quarenta minutos, convocando os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores Gládis Mantelli e Jorge Goularte, este último como secretário “ad hoc”. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata, que após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária, destinada à apreciação da matéria em Pauta.

Passaremos a seguir à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0161 - SUBSTITUTIVO, do Vereador André Forster, ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/87, que fixa os valores de tarifas, face aos estudos procedidos pelo Ministério de Desenvolvimento Urbano, para o sistema de transporte coletivo por ônibus em Porto Alegre e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O primeiro orador inscrito em Pauta é o Ver. Hermes Dutra. Ausente. Com a palavra, a Vereadora Ana Godoy.

 

A SRA. ANA GODOY: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em Pauta o Substitutivo, de autoria do Ver. André Forster, ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/87. Já quando entrava o Projeto do Prefeito Alceu Collares, esta Casa se viu obrigada a esperar bastante tempo para ter acesso ao Processo, e esta demora não se deu pelo fato de que os técnicos do Executivo estivessem analisando ou organizando os cálculos tarifários para dar um índice de aumento. Nós não entendemos por que demorou tanto, uma vez que a SMT não tinha nenhum dado, nenhuma capacidade técnica para calcular o novo índice de aumento da tarifa. O Executivo Municipal preferiu talvez se esconder nas costas da Nova República ou se unir a ela para esmagar cada vez mais o trabalhador usuário do transporte coletivo, o trabalhador que sustenta esta Nação. De acordo com a Constituição atual, o trabalhador só pode gastar 6% do seu salário com transporte. A atual tarifa, de Cz$ 1,60, já é, aproximadamente, 10% do seu salário, o que já é inconstitucional, onerando o bolso do trabalhador, que nem bolso tem mais, não entra o dinheiro. Ou querem institucionalizar o ágio, de acordo com a vontade do Sr. Secretário dos Transportes, do Sr. Prefeito, quando não quis correr o risco de a SMT fazer os cálculos? E aqui faço um parêntese, para analisar quanto a SMT gastou para fazer o último censo, e nem mesmo este último censo foi apresentado junto com o Processo. Não foi apresentado absolutamente nada. E eu fico analisando: onde é que a população vai parar com tudo isto? Estivemos reunidos com algumas entidades e associações de moradores e sindicais, inclusive com alguns trabalhadores rodoviários, e vimos a preocupação de todas essas entidades e lideranças em não onerar o bolso tão desgastado do trabalhador. Todos estão preocupados com o usuário. Nós vimos o que acontece com os poderes. Jogam uma classe contra outra. É sempre aquele jogo de lançar o usuário contra os trabalhadores rodoviários, no momento em que os trabalhadores pedem o reajuste salarial a que têm direito. Vamos analisar a situação psicológica de cada trabalhador rodoviário, vendo o usuário sem dinheiro para pagar a passagem, sendo obrigado a transportar este usuário com segurança, trabalhando excessivamente; muitas vezes das 3h da madrugada, durante todo o dia, e depois tendo que pegar novamente à noite. Ficam, assim, cansados, exaustos, sem direito sequer a um descanso de fim de semana. E ainda tem que sofrer o fato da comunidade brigar com ele, como se ele fosse culpado de uma discussão que se dá entre os poderes, como agora se vê o Executivo Municipal juntamente com o Governo da Nova República, abraçados, incentivando esta briga, esta discórdia. Nós não queremos isto, nós queremos algo de justo e, ainda ontem à noite, analisávamos uma maneira de solucionarmos este impasse. Foi unânime a decisão que tínhamos, juntamente com as entidades lá presentes: seria a de que não se deve onerar o bolso do trabalhador usuário. Como faríamos para repassar o preço da tarifa? Como faremos para calcular se realmente as empresas têm condições de operar com Cz$ 1,60, ou não? Porque para isso os trabalhadores estão dispostos a trabalhar junto com o Executivo e Legislativo. Como seria? O Prefeito Municipal, supondo que as permissionárias aleguem não ter condições de operar, que o Prefeito pegue-as de volta, pois, se elas não podem operar, que devolvam as permissionárias. Conceda-as à Carris e esta que dê permissões àquelas linhas para ajudar na operação do sistema de transporte em Porto Alegre. Esta seria a única maneira para que nós e os técnicos da SMT - que seriam obrigados a trabalhar - e os técnicos da Carris, para que possamos fazer um levantamento de todos os gastos dentro de uma empresa, de tudo aqui que entra e sai. A passagem custa Cz$ 1,40 em Curitiba e ainda existe lucro lá. Isto é incrível e tem que ser bem registrado. Se houver um impasse, é culpa do Executivo Municipal, que não fez nenhum cálculo de tarifa para esta Capital, transferindo isso para a Nova República. A Nova República já falha com o salário, que não condiz com a realidade, é um salário inconstitucional. E, agora, nova inconstitucionalidade está no aumento da tarifa, pois Cz$ 1,60 está além do preço que o trabalhador pode pagar. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. André Forster.

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós encaminhamos um Substitutivo para apreciação desta Casa, por razões óbvias, por razões evidentes. Primeiro, porque o Executivo envia para esta Casa um Projeto, diria o Ver. Frederico Barbosa, fantasma, porque não articula nada para justificar por que propõe o aumento de 81,25% para as tarifas de Porto Alegre. Mas foi mais longe o Executivo Municipal de Porto Alegre. Autorizou, imaginem, o Secretário Municipal dos Transportes a participar de duas reuniões da CUTHAB, presididas pelo Ver. Elói Guimarães. Não deveria ter autorizado. O Secretário Municipal dos Transportes, por razões próprias, deveria dizer: “Não vou comparecer, porque não tenho o que fazer”, ou consultado o Sr. Prefeito Municipal, que lhe teria dito, se houvesse bom senso: “Não vá à CUTHAB, porque V. Exa, Secretário, não tem o que dizer na CUTHAB”.

Portanto, a vinda do Secretário Municipal dos Transportes a esta Casa foi apenas para corroborar que a SMT nada tem a dizer sobre o Projeto enviado a esta Casa, em que se propõe um aumento de 81,25%. Nada tem a dizer sobre o assunto. Nada foi acrescentado pelo Secretário Marcos Ledermann em relação ao Projeto que tramita nesta Casa, ficando este Legislativo na mesma condição em que esteve desde o momento em que recebeu este Projeto: sem absolutamente nada em evidência, sem absolutamente nada claro, sem nada transparente, salvo desculpas esfarrapadas que tentavam transferir ao MDU responsabilidades exclusivas da SMT.

Procuramos algum esclarecimento sobre o assunto e o que obtivemos foi de que a SMT obteve as informações junto aos empresários e as remeteu para Brasília, pedindo que sobre aquilo fosse dado algum parecer e recebendo a indicação de que, com base nas informações recebidas, o MDU, através da EBTU, indicava que o aumento poderia ser, no máximo, de 81,25%, mas que isso era da esfera do Legislativo Municipal. Os dados obtidos pela SMT, primeiro, foram obtidos junto aos empresários; segundo, esses dados foram enviados a Brasília; terceiro, com bases nas informações da SMT, indicaram a possibilidade de que o reajuste poderia ser de até 81,25%. Em nenhum momento disse que seria de 81,25%; em nenhum momento determinou, como diz o Projeto de Lei, que esse aumento deveria ser de 81,25%.

Nós, também, Srs. Vereadores, utilizamos o telex e elaboramos, com os mesmos argumentos do Executivo, um Substitutivo mais adequado à realidade de Porto Alegre. No nosso Substitutivo, não só os interesses dos empresários estão contemplados, porque permite atender, também, os interesses dos trabalhadores do setor: motoristas, cobradores e largadores. Esse valor proposto pelo Substitutivo é o seguinte: Cz$ 2,20, que permite o repasse reivindicado pelos trabalhadores, a partir do dia 1º de fevereiro. Além disso, não onera com demasia, onera, sim, mas não com a demasia da proposta do Executivo, os usuários de Porto Alegre. É, pois, um Substitutivo mais conciliador. A nossa idéia não era de apresentar um Substitutivo. A nossa proposta sempre foi, nas reuniões da Comissão, de que esta Casa deveria rejeitar o aumento de Cz$ 2,90, obrigando o Prefeito Municipal a enviar novo Projeto que desse base para algum cálculo, que desse alguma referência, que desse algum vetor, que permitisse a esta Casa balizar e medir se, com as informações do cálculo, seria possível efetivamente alcançar a tarifa de Cz$ 2,90. Pois nós já sabemos que não. Os únicos dados que a Comissão obteve foram dados extra-oficiais, não são dados oficiais, obtidas essas informações através de um assessor desta Casa, que as obteve por suas relações pessoais em Brasília. Mas esta Casa não é uma Casa onde qualquer informação obtida por algum assessor ou por quem quer que seja se transforme em dado oficial. Esta Casa é uma Casa oficial. Ela deveria, através do Presidente da Comissão, através do Presidente da Casa, dirigir-se aos órgãos competentes e requerer, oficialmente, os dados. Nestes dados não-oficiais, por incrível que pareça, Srs. Vereadores, os dados em que consta o número de passageiros é o de 1985, dados que não levam em consideração dois censos realizados: um à época do Prefeito João Dib e outro à época do Prefeito Alceu Collares. Recursos gastos em dois censos para coisa nenhuma. Esses dados não são levados em consideração, preferem manter os dados de 1985. Vivemos, efetivamente, uma situação, em relação às tarifas, que eu diria vergonhosa. Bons tempos aqueles em que esta Casa, ao debater o assunto, encontrava, na Bancada do PDT, alguns de seus membros que se postavam ao lado, também, dos interesses dos usuários. Mas eu confio no Ver. Elói Guimarães, Presidente da CUTHAB, que sempre esteve com as melhores posições nesta Casa. V. Exa sabe, Ver. Elói Guimarães, perfeitamente, tão bem como eu, que este Projeto não diz nada, que este Projeto ludibria, supõe dados.

 

O SR. GETÚLIO BRIZOLLA (Questão de Ordem): Pediria ao nobre Ver. André Forster para que olhasse o tempo. Obrigado pela parte que coube ao Ver. Getúlio Brizolla.

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: A Questão de Ordem do Ver. Getúlio Brizolla mostra que S.Exa. é que está perdido no tempo e não os Vereadores que estão vendo o relógio à sua frente.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizia eu da minha confiança no Ver. Elói Guimarães, Presidente da CUTHAB. Lamento que a Bancada do PDT, hoje, não se comporte como em outras oportunidades e vote, sistematicamente, em todos os projetos do Prefeito Alceu Collares, até neste que supõe informações, que conta com informações irregulares que tanto denunciamos nesta Casa, à época do Prefeito João Dib. Lamentavelmente, infelizmente, em matéria de transportes, o Prefeito Alceu Collares continua com a mesma sistemática do Prefeito João Dib, controlado pelas informações que lhe são chegadas às mãos, trazendo para esta Casa um Projeto de Lei, e depois tenta lavar as mãos, para encobrir, quem sabe, a sua própria ausência e passividade, diante desse sistema de transporte que continua atuando, ludibriando e extorquindo a população de Porto Alegre.

 

O Sr. Getúlio Brizolla: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de colocar que, há 22 anos, nós vínhamos sendo pisados e judiados, não citando nomes de Prefeitos. E com razão especial, nós, hoje, temos um Prefeito eleito pelo povo, que está fazendo de tudo para dar aquilo que o povo de Porto Alegre merece. Sou grato.

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: Infelizmente, Ver. Getúlio Brizolla, não posso concordar com V. Exa, porque, em matéria de transporte, a população de Porto Alegre continua sendo judiada e pisada, como tem sido nestes 22 anos, aos quais V. Exa se refere. 

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas quero dizer que há, substancialmente, uma grande diferença de posicionamento deste Governo Municipal e dos Governos anteriores, com relação ao transporte coletivo. Se V. Exa tivesse aprovado o Projeto de Lei que aqui tramitou, da criação de uma metodologia de cálculo para o transporte coletivo de Porto Alegre, talvez não precisássemos apelar para o MDU, na busca de dados e elementos que simplesmente foram aplicados no Projeto de Lei que ora tramita.

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa acaba de dizer o que não deveria ter dito. Já ficou mais do que provado, aqui nesta Casa, com a presença do Secretário dos Transportes do Governo que V. Exa defende, que ele não tinha o que explicar. Mas ele sabe explicar. Foi o Secretário de Transportes do Município de Porto Alegre, do Governo Alceu Collares, quem enviou estes dados a Brasília. Evidentemente que nós não precisamos chamar o MDU. A SMT tem tecnologia acumulada, conhecimento acumulado o suficiente para resolver esta questão. Infelizmente V. Exa não está sendo objetivo quando diz que houve uma alteração substancial. Não, Ver. Isaac Ainhorn! Os dados que o Prefeito João Dib utilizou para alteração da tarifa, em novembro de 1985, foram 20 milhões de passageiros. Nós estamos em 1987 e o Prefeito Alceu Collares utiliza os mesmos 20 milhões de passageiros! Infelizmente, o dado objetivo não mudou, continua o mesmo, e V. Exa vai votar em Cz$ 2,90, não vai votar em Cz$ 2,20, que é o preço real, apesar da irregularidade dos dados contidos no cálculo.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa fez o cálculo?

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: Fiz, Vereador. V. Exa pegue os dados utilizados pela SMT e faça o cálculo, só com o IPK de 3,20, V. Exa usa o IPK 3,74, e só por esse dado a tarifa deveria ser Cz$ 2,40 e não Cz$ 2,90, Ver. Isaac Ainhorn, só por esse dado, só por essa informação, que dirá das outras, Vereador. Encerro a minha primeira intervenção com relação às tarifas, que em Porto Alegre começam a ficar cada vez mais interessantes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Jorge Goularte. Desiste. Ver. Isaac Ainhorn. Desiste. Ver. Adão Eliseu. Desiste. Com a palavra, o Ver. Caio Lustosa.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já na Sessão Ordinária desta tarde, ouvimos pronunciamentos partidos, principalmente, da Liderança do PDT e da Liderança do PDS, em que se analisava a questão dos produtores rurais que acorrem à Capital com reivindicações.

É uma das tantas questões sérias que vive o País neste momento, em que ressaltam logo as seqüelas de todo um sistema centralizador de decisões sediado em Brasília, também, nesta questão da produção primária. Assim, se formos analisar cada um dos capítulos da tão confusa e perturbada realidade nacional, veremos que o centralismo de decisões, o poder ainda concentrado em torno de estruturas burocráticas fechadas e insensíveis em Brasília, continua a marcar na chamada Nova República o mesmo estilo de governo e de poder que marcou o que marca, secularmente, a vida deste País: os grandes e poderosos interesses da área privada a pautar e a determinar as decisões na área pública e na área administrativa. Este caso das tarifas é bem o exemplo disso, em que nos mostra que, a dois ou três dias da instalação de uma Assembléia Constituinte, que pretensamente deverá sacudir para melhor os rumos desta Nação, ainda se chega ao ponto de um Secretário de 2º ou 3º escalão do Ministério dos Transportes indicar, para um Prefeito eleito de uma Capital de um Estado da importância do Rio Grande do Sul, os índices de reajuste de tarifa de transporte coletivo. Não se sabe mais o que censurar nesta quase tragicomédia das tarifas, se a posição do Chefe do Executivo - eleito com respaldo popular - pedindo que o Ministério de Transportes lhe diga, através de seus planejadores ou planilhadores, o índice a atribuir a uma tarifa do transporte coletivo de Porto Alegre, ou se o desplante destes tecnoburocratas dos Ministérios em indicar os índices e mais, indicar os índices louvados em valores fornecidos pela classe empresarial - a classe dos transportadores de Porto Alegre – que, muito ágil, com recursos para fazer o seu “lobbysmo” lá na Capital Federal, levou estes dados. Dados que, submetidos agora à Comissão de Justiça, nós tivemos a oportunidade, em quase unanimidade dos membros da Comissão, de proclamar, ao menos, que estes dados não são confiáveis para uma tomada de posição.

Este procedimento, tanto do Ministério do Desenvolvimento Urbano como do Executivo Municipal de Porto Alegre, representa um desprezo ao mínimo de autonomia que uma Capital do porte de Porto Alegre precisa e tem que reivindicar e sustentar. É fazer, como bem disse há pouco o Ver. André Forster, tábua rasa de índices oficiais, esquecidos de que o Poder Administrativo Municipal de uma Capital como Porto Alegre tem que se pautar por índices oficiais, elaborados oficialmente e não oficiosamente através de tabelinhas, de prognósticos, como se isto fosse um caso de loteca a correr todas as semanas.

 

O Sr. André Forster: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Caio Lustosa, V. Exa está se referindo aos dados e vou lhe acrescentar mais: esses dados que circulam pela Casa, o Sr. Secretário dos Transportes, em reunião da CUTHAB, declarou que não assumia a menor responsabilidade sobre eles, que ele enviou para Brasília, que ele não dá confiança, porque ele os recebeu diretamente dos empresários, sem questionar o valor ou a qualidade desses dados.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, em primeiro lugar, acho que está instaurado no País, no Estado, no Município, a mais completa confusão. O parágrafo 2º do art. 35 do “Pacotão” é, ao meu ver, flagrantemente inconstitucional, porque é um Decreto-Lei, portanto tem força de Lei, e o Executivo, a qualquer momento, pode suspender a Lei. Isso chama-se delegação de poderes. Segundo, eu não sei de onde o Prefeito tirou o art. 1º do Projeto - que o Governo Federal determinou -, quando o telex diz que institui como índice máximo, que pode ser de 0 a 81,25%. O telex fere a autonomia municipal e o Projeto de Lei fere a verdade.

Então, vejam V. Exas. que está instaurada a mais completa confusão. Mas quero rematar o meu aparte, e não sei se tenho a concordância de V. Exa. Desde que foi implantado o Plano Cruzado, e não é hora de atirar responsabilidade de antes ou depois da Nova República, só tem uma verdade fundamental: enquanto não se mexer, profundamente, na estrutura agrária do País para fazer um mercado consumidor interno; enquanto não se negar a agiotagem da dívida externa, não tem pacote, pacotão, pacotinho, não tem milagre brasileiro, não tem cruzado, não tem nada. O resto tudo é conversa para iludir. Ou se mexe na reforma agrária, simultaneamente, na dívida externa, ou o resto tudo é panacéia, para durar 5 ou 6 meses, não mais que isso. 

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, indiscutivelmente, essas ponderações hoje, cada vez mais, encontram reforço nas tentativas inúmeras que esse País teve, de um reformismo em que afinal não se mexe no essencial. E como bem aponta o nobre representante do PSB nesta Casa, é a estrutura agrária intocável, concentradora de propriedade, de riqueza e de poder. E o aspecto externo, que está tão bem caracterizado, escancaradamente, qual seja, da dívida impagável que este País tem. Só queríamos, nos atendo ao tema dessa discussão de Pauta, é sustentar que, indiscutivelmente, cabe nesta hora à Câmara Municipal evitar que se alinhem junto a esses descaminhos, que foram infelizmente pautados nesta questão das tarifas, quer pelo Executivo Municipal, em se demitindo da competência que tem de estabelecer planilhas ou índices confiáveis para o reajuste, quer pelo Ministério do Desenvolvimento Urbano, que insiste na prática velha, superada e prejudicial aos interesses públicos, de através de portarias legislar para o País como um todo.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria aproveitar este aparte para divergir da opinião do Ver. Werner Becker, quando diz que o telex enviado fere o princípio da autonomia do Município. Não vi problema no telex, porque apenas indica o percentual máximo a ser utilizado e que pode ser até 81,25%. Não vejo interferência no telex do Ministério de Desenvolvimento Urbano ou algo que venha a ferir a autonomia municipal.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho que o Ver. Aranha Filho não entendeu bem. Talvez eu não me tenha expressado corretamente. Eu me referi à clara inconstitucionalidade do § 2º do art. 35, que coloca o preço por Lei, e o § 2º diz que fosse descongelado pelo Executivo, isto é, o Executivo pode, a seu critério, revogar a Lei.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Estou de acordo com V. Exa, porque se o Decreto-Lei procedeu ao congelamento, somente outro decreto-lei, da mesma força, para fazer o descongelamento, e jamais uma portaria do Ministro Funaro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero comunicar aos Srs. Vereadores que teremos outra Sessão Extraordinária, logo a seguir, para que o Substitutivo do Ver. André Forster possa correr a segunda Pauta de hoje.

A seguir, a palavra com o Ver. Cleom Guatimozim, em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu dizia o que ocorreu na realidade. O Governo Federal promoveu, em Brasília, uma reunião dos Prefeitos, onde solicitou aos Prefeitos que encaminhassem os cálculos tarifários, para que ele, Governo Federal, recomendasse uma tarifa que não arranhasse o Plano Cruzado. Foi exatamente isto que aconteceu; por que ele conseguiu êxito total? Porque a maioria esmagadora é PMDB e PFL. Então, eu estranho, Sr. Presidente, que seja o Prefeito Municipal acusado de estar citando o MDU, de estar citando o EBTU! Nós não criamos nenhum Plano Cruzado. Não foram o PDT ou outros partidos políticos deste País que deram este rumo à economia, que fizeram desaparecer das prateleiras todos os gêneros de primeira necessidade e implantaram um verdadeiro câmbio negro nesses gêneros, massacrando o povo! Porque o ágio é um câmbio negro. Vejam os açougues, vendendo atrás da porta, ou por telefone.

Não foi o PDT quem recomendou, exatamente, esta tarifa, para não se chocar até com um possível Plano Cruzado III. Quem fixou o câmbio neste País, para o feijão, para o arroz, para a carne, para o leite? Não, não fomos nós.

Vejam o que fez o Prefeito Municipal: enviou a esta Casa as recomendações do Governo Federal, para não se chocar com o Plano Cruzado, e até reconheço que ele diminuiu os cálculos - o Governo Federal - deixando a possibilidade da tarifa em Cz$ 2,90, quando era muito mais.

Ora, se o Brasil tem problemas, se o Estado do Rio Grande do Sul está na falência, se nós estamos necessitando aqui, já, de outro sistema de transportes, eliminando completamente o transporte de superfície, eliminando os gases queimados pelos carburadores, dando uma outra dimensão, porque atingimos mais de 1.300 mil habitantes ... Ora, vejam o que aconteceu em todo o mundo; aqui mesmo, na América Latina, o primeiro metrô instalado, limpando o tráfego de superfície, baixando a tarifa, dando outras condições, foi em Buenos Aires, instalado em 1911, e até hoje serve muito bem. Vejam que o Rio de Janeiro instalou metrô, vejam que São Paulo estudou desde 1927 a instalação de um sistema de transporte mais barato, e era estudado pela antiga “Light”, que não merecia nenhuma confiança. Inicialmente foram instalados 66km de linha urbana de metrô, dando uma outra dimensão na tarifa, mas, mesmo assim, agora, recentemente, o Prefeito de São Paulo abriu a carnificina no País todo, em conseqüência, ao atribuir salários diferentes, mais altos que em todo o Brasil, aos motoristas, e aumentando as tarifas monstruosamente. Aí é que o Governo Federal quis se precaver, convocando os demais Prefeitos, porque Jânio Quadros foi o estopim lá. Por isso o Governo Federal marcou em Brasília uma reunião com os Prefeitos, pedindo as tarifas, para que ele, Governo Federal, estudasse as condições de correção dessas tarifas. Então, me parece, Srs. Vereadores, que o Prefeito Alceu Collares, como todos os Prefeitos do PMDB e do PFL desse País, cito esses dois porque são afinados com o Governo Federal, o Prefeito Alceu Collares, como esses, não tiveram condições de autonomia. E se houve uma interferência na autonomia municipal, perguntaria: mas que autonomia, se, quando eles querem, colocam o Exército nas ruas? Mas que autonomia, se, quando esta Casa quis dar posse para dois Vereadores cassados, e demos, estava o Exército em roupa de combate na frente da Câmara Municipal, como se fosse para uma guerra? Que autonomia, eu pergunto? E, se houve quebra de autonomia, quem praticou a quebra de autonomia? Foi o Governo Federal ao convocar lá todos os Prefeitos, recomendando a tarifa que viesse a possibilitar a sua política de apagar incêndios neste País todo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Werner Becker, em Comunicação de Líder.

 

O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Srs. Funcionários da Casa, a esta altura já não sei se o Governo Federal está a apagar incêndios ou se está a tocar fogo. Tenho dúvidas. Mas uma coisa me parece clara e certa. Temos, ainda, Sr. Líder da Bancada do PDT, uma outra Sessão Extraordinária, e eu gostaria de ouvir uma explicação que, até agora, eu não entendi. Peço a atenção da Bancada do PDT, pois eu gostaria de conhecer esta explicação. É meramente semântica, é simples, ou impossível. Já disse que considero para o erário a emissão do tributo meramente constitucional. Já disse que aquela reunião de Brasília, não sei se é para apagar incêndio ou se é para tocar mais fogo. Lembro-me, ainda, que no dia 15 de fevereiro, quando se publicou o índice inflacionário, o Jornalista Afonso Ritter publicou uma frase minha: “acho que estão incentivando a inflação para nós termos base social para um próximo Plano Cruzado”. Desculpem se a profecia deu certo. Não era profecia: era bom senso. Tudo isso concordo. Com tudo que isso que vem da Bancada do PDT, eu concordo. Só gostaria de uma explicação. O telex afirma expressamente: o Ministério do Desenvolvimento Urbano está indicando um percentual máximo compatível. Certo ou errado, o MDU estava indicando um percentual máximo compatível, que poderia ir de 0 a 81,25%. E o artigo 1º do PL afirma o seguinte: “conforme decisão do Ministério do Desenvolvimento”. Entre sugestão de um percentual máximo e decisão há uma diferença que já não é mais nem jurídica; é uma diferença semântica.

Gostaria que os Vereadores do PDT explicassem por que foi usada a palavra “decisão”, quando o MDU sugere um índice máximo. Ele não decidiu nada, até acho que não poderia decidir, mas o telex que embasa o aumento fala em índice máximo e por que se fixou o índice e, mais ainda, por que se afirma que é uma “decisão”? Se o Executivo, nas suas prerrogativas, afirmasse que a decisão era sua, podia-se discutir se a decisão era correta ou não. O que ele não podia era distorcer o telex e incluir a palavra “decisão”, onde diz “critério indicando percentual máximo”. Ou o Sr. Prefeito não leu o Projeto de Lei, ou quis colocar a responsabilidade da aprovação da tarifa nas costas, fundamentalmente, do PMDB e do PFL. Então, pediria que na próxima Sessão, que se há de desenrolar, me explicassem por que a palavra “decisão” no art. 1º, quando o telex é claro e fala em “sugestão de índice máximo”, isto é, que poderia oscilar de 0 até 81,25. Eu gostaria de começar a discussão a partir desta discrepância semântica que nem jurídica é. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. André Forster.

 

O SR. ANDRÉ FORSTER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, caro Ver. Werner Becker, V. Exa, em seu pronunciamento, já flagrou, evidentemente, todas as contradições mais importantes que acompanham o Processo que propõe o reajuste de tarifas para Cz$ 2,90 e Cz$ 2,70 em Porto Alegre.

Eu venho apenas para repetir algumas das colocações que V. Exa fez com muita pertinência e dizer ao Vereador Líder da Bancada do PDT, Cleom Guatimozim, que seu pronunciamento procura, apenas, reiterar as contradições do Processo, não esclarecendo absolutamente nada além daquilo que nós mesmos podemos esclarecer. O esclarecimento que temos sobre isto é evidente. Primeiro, o pronunciamento do Vereador Líder da Bancada do PDT, evidentemente, nos autoriza a dizer que não fez a leitura do telex que acompanha o Processo. Recomendaríamos a ele e aos demais membros da Bancada do PDT que fizessem a leitura de todo o telex, não apenas de uma parte. Por certo, se fosse lido com a intenção de entendê-lo, o pronunciamento do Ver. Cleom Guatimozim teria tido outra direção. Mas não acreditamos que tenha interesse em entendê-lo. Há interesse, sim, em ratificar, aqui nesta Casa, a posição do Sr. Prefeito Municipal.

Nós nunca vimos esta Casa diante de uma situação tão absolutamente possível para rejeitar uma proposta desta natureza, encaminhada pelo Prefeito Municipal, e me surpreende por isso a posição da Bancada do PDT, que votará favoravelmente ao Projeto de Cz$ 2,90, mesmo sabendo que este Projeto, que propõe uma tarifa de Cz$ 2,90, não tem qualquer fundamento e, pior que isso, se sustenta num dado de 1985. Neste sentido, o Prefeito Alceu Collares não inovou absolutamente em nada, conseguiu até repetir os dados de 1985.

 Nós sempre imaginávamos um Prefeito, que fosse eleito pelo voto popular, assumindo compromissos evidentes durante o processo eleitoral, com a população de Porto Alegre, e propondo uma administração socialista, trabalhista, que tivesse posturas transparentes. Mas, nesse caso, o Prefeito Alceu Collares consegue ser, não só menos transparente, como pretende, ainda, instaurar uma grande confusão.

Efetivamente, o Governo Federal, através do EBTU, não intervém na autonomia do Município. Não! É o Executivo Municipal de Porto Alegre que abre mão da sua autonomia. Em cima de um telex, no qual fica delegada a responsabilidade ao próprio Executivo, ao contrário do que diz o Ver. Cleom Guatimozim.

O Secretário Municipal dos Transportes de Porto Alegre se dirigiu a Brasília. Ele foi a Brasília levar as informações obtidas junto aos empresários. Ele solicitou indicações e, com base nas indicações sugeridas na área federal, ele faz um Projeto de Lei no qual se refere à decisão do MDU, decisão que não houve. A única decisão que houve foi a do Prefeito Alceu Collares, de enviar um Projeto de Lei sem fundamento, trabalhando com dados irregulares. Esta foi a única decisão, além da decisão de tentar ludibriar a opinião pública. Imaginávamos que o Governo Socialista tivesse conduta austera e se preocupasse com a população de Porto Alegre, se preocupasse com os usuários de Porto Alegre. Infelizmente, o exemplo que estamos tendo de administração socialista não recomenda nunca mais uma administração socialista. Prejudicados ficam os socialistas com a imagem que transparece daquilo que se diz administração socialista. Vai ficar na história deste Legislativo, na questão tarifária, este Projeto de Lei e essa discussão que aqui se trava. Quero ver o Prefeito Alceu Collares, quero ver o Secretário Municipal dos Transportes nas próximas situações que envolverem necessidade de aumento tarifário. Como irão proceder? Assumirão a sua responsabilidade ou manter-se-ão na posição da responsabilidade não assumida? Mas eu confio ainda que, na Bancada do PDT, nós vamos encontrar aqueles que, entre a burla proposta por este Projeto de Lei e os interesses da população usuária de Porto Alegre, ficarão ao lado dos interesses da população de Porto Alegre. Eu confio que na Bancada do PDT, como em outras vezes, vamos encontrar companheiros que seguirão o discernimento dos dados e não as razões ocultas no Projeto de Lei que esta Casa vai examinar. E terão discernimento entre o Projeto de Lei e o Substitutivo que propõe dados reais e não irreais. Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa quando vem à tribuna fala com muita coragem, mas sobre este assunto eu gostaria muito de ver, ou V. Exa ou algum Vereador do PDT, defender da tribuna a tarifa de Cz$ 2,90, com base neste Projeto e com base nos dados irregulares que contém este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão e convoco os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir.

Estão levantados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h40min.)

 

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